Gurizinho vira ídolo

por Paula Scarpin
Na noite de 28 de agosto, as rodovias que davam acesso à cidade de Barretos, no interior de São Paulo, pararam. A fila de carros se estendeu por 12 quilômetros e durante quatro horas ninguém saiu do lugar. As rádios da região pediam que as pessoas desistissem de ir à Festa do Peão, e anunciavam que a organização se comprometia a reembolsar quem comprara ingressos antecipadamente. Alguns motoristas tentavam fazer o retorno pelo acostamento. Outros, mais obstinados, chegaram a pagar até 100 reais por uma vaga em postos de gasolina à margem da pista e dali seguiram a pé. Dentro do Parque do Peão, uma multidão quebrou o alambrado e invadiu a arena onde são organizados os rodeios e os principais shows da festa, ultrapassando em pouco tempo a lotação máxima permitida pelas autoridades. Ao perceber que não dariam conta da confusão, os seguranças do parque acionaram a Polícia Militar, que chegou com a cavalaria para barrar a entrada de mais pessoas. Indignadas e exibindo os ingressos que tinham na mão, muitas tentavam furar o bloqueio e eram imobilizadas com gás de pimenta. Marcos Murta, o presidente do grupo que organizara a festa, precisou de um helicóptero para chegar a tempo de anunciar a entrada no palco de Luan Santana, o jovem de 19 anos responsável por tanta comoção.

As 60 mil pessoas que conseguiram ocupar a arquibancada e a arena viram surgir por trás de jatos de fogo e fumaça um jovem branquelo de cabelos arrepiados que dava socos no ar. “Te dei o sol/ Te dei o mar”, puxou – e o trabalho estava feito, pois a multidão completou sozinha: “Pra ganhar seu coração/ Você é raio de saudade/ Meteoro da paixão/ Explosão de sentimentos/ Que eu não pude acreditar/ Ah! Como é bom poder te amar!”
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http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-52/vultos-da-musica/gurizinho-vira-idolo/


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