Dono de gato aumenta recompensa para quem localizá-lo

O pesquisador Maicon Saul Faria, da Universidade de Campinas (Unicamp), aumentou de R$ 150 para R$ 500 a recompensa para quem localizar seu gato de estimação - o Esquilo - e mobilizou um batalhão de captura no esforço concentrado que realiza desde hoje até domingo para localizar o bichano. Esquilo está desaparecido desde segunda-feira à tarde, quando escapou da gaiola em que viajava de Tocantins a Campinas, num voo da Gol, durante a troca de aeronave feita no aeroporto de Brasília.


Maicon teme que quanto mais o tempo passe, mais o gato se afaste do local, assustado com o barulho e o movimento do aeroporto. "Sei que ele está com fome, estressado e certamente não está em segurança", disse o pesquisador. "São dois anos e meio de convivência e ele depende de mim para quase tudo", explicou. A mulher dele, que estava de férias em Palmas (TO), chega amanhã para se juntar às buscas, que contarão com o auxílio de voluntários recrutados pela Augusto Abrigo, entidade dedicada à proteção de animais abandonados ou vítimas de maus tratos.

O paradeiro de Esquilo é uma incógnita e de fato ele pode estar em apuros. No entorno do aeroporto, existe uma mata de cerrado nativo, onde já vivem outros gatos fugidios, perseguidos por vira-latas e até bichos que escapam do zoológico, que fica nas proximidades. Pouco adiante, começa o setor habitacional do Lago Sul, com suas mansões protegidas por ferozes cães de guarda. "A tendência é que ele busque refúgio fora do aeroporto por causa do excessivo barulho dos aviões e do movimento", previu Eliana Zanetti, fundadora do Abrigo.
A instituição cedeu duas gatoeiras, colocadas em pontos estratégicos na parte interna do aeroporto, com iscas para atrair o bichano. Maicon comprou uma terceira, por R$ 200, e a colocou na noite de ontem no estacionamento externo, alertado de que gatos costumam se abrigar no motor de carros à noite porque, além de protegidos, são quentes. De manhã, veio a decepção: "Levaram a gatoeira", lamentou. "Não tenho nem como saber se com ou sem o gato dentro".
Físico de formação, Maicon, de 29 anos, é vinculado ao Departamento de Engenharia Elétrica da Unicamp. Ele trabalha no Projeto de Simulador Eletromagnético (SEM), patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que realiza experiência pioneira de ressonância magnética para verificar como as ondas de equipamentos de comunicação são distribuídas e se são nocivas à saúde humana. Suas férias acabam amanhã e ele tem de se apresentar ao trabalho na segunda-feira.

Paixão

Apaixonado por gatos, ele tem atualmente cinco animais, quatro deles deixados com amigos e familiares em Campinas. Levou Esquilo, seu favorito, na viagem de férias ao Tocantins. Na volta, durante a troca de aeronaves, em Brasília, o bichano forçou o lacre da gaiola, que estava mal fechado e conseguiu fugir. Maicon não sabe como aconteceu o acidente, mas não acredita que foi imperícia dos funcionários da companhia aérea.
Desde então, ele literalmente "acampou" no aeroporto, onde perambula das 6 da manhã até tarde à noite com um cartaz de "procura-se" nas mãos. As despesas com hospedagem e alimentação são bancadas pela Gol, que também dá todo apoio logístico nas buscas. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) cedeu veículos, mobilizou segurança e deu permissão especial para Maicon e as pessoas envolvidas na captura terem acesso aos locais internos.
Esquilo é um gato cinza comum, sem pedigree, de cauda decepada por causa de um acidente. É filho de uma gata de rua, sustentada pela vizinhança de Maicon. De uma ninhada, há dois anos e meio, o físico recolheu dois filhotes para criar, entre os quais Esquilo. Um grupo numeroso de gatos de rua perambula nas instalações e redondezas do aeroporto. Entre eles, é famosa a gata Olga, que costuma atrair machos no cio. Um servidor sugeriu usá-la como isca, mas foi informado por Maicon que Esquilo é castrado e não se interessa por fêmeas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário